Fechei meus olhos e lá estava ele, me atacando e me machucando novamente. Esse era o resumo das minhas noites. Pesadelos me cercavam de todas as formas, tanto no meu subconsciente quanto na realidade.
Enquanto eu estava trancada dentro de casa, Harry estava zanzando por aí, como qualquer pessoa normal. Só que longe disso, Harry não era normal, ele era um maníaco, louco e perturbado… E o meu pior pesadelo desde então.
Eu não sabia mais o que era escola, eu não sabia mais o que era amizade, eu não fazia mais ideia de como era a luz do dia. Eu apenas ficava em casa, no meu quarto, fingindo que aquilo fosse uma prisão da qual eu jamais poderia sair, pois era o que eu queria que fosse, se isso me privasse de encontrar novamente Harry, então era isso que eu escolheria, eternamente se possível.
- Filha, acorda! - a voz calma de minha mãe soava como um sussurro nos meus ouvidos enquanto as mãos dela me chacoalhavam cuidadosamente.
Abri meus olhos e me deparei com o olhar preocupado dela.
- Filha, o que ta acontecendo com você? Faz 2 semanas que você não vai para aula, sua amiga liga o tempo todo e eu não sei mais o que dizer. Fala comigo, me diz o que ta acontecendo. - ela disse ainda com uma voz calma, mas muito preocupada.
Eu não havia contado a ninguém o que Harry tinha feito, e nunca iria contar, essa era uma vergonha que eu passaria sozinha e que guardaria a sete chaves. Nunca ninguém iria saber.
Minha mãe pensava que era um início de depressão, pois eu vivia dizendo que estava desanimada, por motivos que nem mesmo eu saberia explicar. Não que ela tenha acreditado nessa história, mas não ficava insistindo.
Ela já tinha marcado 3 consultas médicas para mim, mas eu não compareci em nenhuma e sempre prometia que ia melhorar. Na escola ela justificava o motivo das minhas faltas, não sei de que forma, mas os professores por incrível que pareça, haviam compreendido e aceitado a situação.
Voltei a minha atenção para a mulher que estava sentada em minha frente, com olhos tão preocupados e tão afetuosos. Meu coração apertou só em saber qual seria a sua reação se soubesse que eu havia sido violentada sexualmente por um garoto da vizinhança.
- Filha, eu marquei mais uma consulta com o Dtr…
- Não! Não precisa mãe, eu to bem. Eu vou voltar para a escola, vou encontrar meus amigos, eu to bem, é sério. - eu disse a interrompendo.
Vi um pequeno sorriso se abrir no rosto dela.
- Mas filha…
- Mãe, por favor. Deixa eu tentar. - falei a interrompendo novamente.
Ela apenas assentiu com a cabeça.
- Obrigada! - falei e juntamente a abracei. Um abraço apertado e confortável.
Em seguida me levantei e fui tomar um banho. Ainda faltava uma hora para começar a aula, e nesse tempo eu já estaria pronta e a caminho da escola. Não sei como explicaria tudo para a minha amiga, mas daria um jeito sem que ela soubesse da verdade.
Minha mãe me deixou na entrada da escola e pediu para que eu ligasse caso precisasse de algo. Concordei e finalmente pus os pés naquele ambiente estudantil novamente.
Os olhares em minha direção não foram muitos, afinal, eu não era popular e nem muito conhecida na escola.
Fui direto para o meu armário, o abri e peguei os materiais necessários para a primeira aula. Ainda estava procurando algo no armário quando senti aquele calor corporal por trás de mim e aquele hálito quente chegar em meus ouvidos.
- Ora ora, veja quem finalmente deu as caras. - sussurrou em meu ouvido aquela voz rouca e familiar. - Pensei que nunca mais veria você, gata.
Meu corpo inteiro estremeceu e os arrepios começaram a me invadir. Os braços dele fecharam o armário e instintivamente eu me virei, ficando cara a cara com ele. Harry Styles.
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