sexta-feira, 15 de agosto de 2014

●☆Obsession-Chapter Six☆●

                                         ●☆Obsession-Chapter Six☆●



 'Se acalme comigo
Me cubra, me abrace
Se deite comigo
E me segure em seus braços'



Capitulo Anterior  :

 
– Essa vista nunca fica velha. – A voz grave e arrastada de Harry me espantou. Virei-me e o vi encostado no batente da porta. Sem camisa. Ai, ai, ai.
Não consegui articular palavras. O único peito nu de homem que eu
já tinha visto fora o de James. E isso foi antes de a minha mãe ficar doente, quando eu tinha tempo para namorar e me divertir. O peito de 16 anos de James não exibia aqueles músculos largos e definidos, assim como ele também não tinha aquela barriga tanquinho que eu via diante de mim.
– Está gostando da vista?


Seu tom de quem estava achando graça não me escapou. Pisquei os
olhos e tornei a erguê-los para o sorriso de ironia nos seus lábios. Droga.
Ele tinha me pegado secando o seu corpo.

– Não quero interrompê-la. Eu mesmo estava gostando – continuou ele antes de dar um gole na xícara de café que segurava.
Senti o meu rosto ficar quente; sabia que devia estar vermelha igual um pimentão. Eu me virei de novo e tornei a olhar para o mar. Que vergonha.
Eu estava tentando fazer com que aquele cara me deixasse permanecer ali por um tempo. Ficar babando por ele não era a melhor estratégia.
Uma risada baixinha atrás de mim só fez piorar as coisas. Ele estava rindo de mim. Que ótimo.

– Ah, você está aí. Senti a sua falta na cama quando acordei.
A voz feminina dengosa vinha de detrás de mim. A curiosidade me venceu e eu me virei. Uma menina só de calcinha e sutiã se aconchegava a Harry e corria uma unha comprida e cor-de-rosa pelo seu peito. Não podia culpá-la por querer tocar aquilo. Eu própria estava bem tentada.
– Está na hora de você ir – retrucou-o, tirando a mão dela do próprio peito e se afastando. Vi quando ele apontou para a porta da frente.
– Como é? – rebateu a menina. Pelo ar de incompreensão no seu rosto, ela não esperava por isso.
– Você conseguiu o que queria vindo aqui, gata. Queria que eu te comesse. Conseguiu. Agora já deu para mim.
Sua voz fria, dura e neutra me espantou. Será que ele estava falando sério?
– Você só pode estar de sacanagem! – disparou a menina, batendo o pé.
Harry balançou a cabeça e tomou mais um gole do café.
– Você não pode fazer isso comigo. Ontem à noite foi incrível. Você sabe que foi.
Ela estendeu a mão para o braço dele e ele rapidamente se esquivou.
– Eu avisei ontem à noite quando você chegou implorando e tirando a roupa... A única coisa que iria acontecer seria uma noite de sexo. Só isso.
Prestei atenção na menina. Sua expressão era de pura raiva. Ela abriu a boca para protestar, mas tornou a fechá-la. Com mais uma batida do pé, voltou a passos firmes para dentro da casa.
Eu não conseguia acreditar no que acabara de ver. Era assim que pessoas daquele tipo se comportavam? A minha única experiência de relacionamento tinha sido com James. Embora nunca tivéssemos chegado a transar, ele sempre fora cuidadoso e gentil comigo. Aquilo era duro, cruel.
– Então, dormiu bem? – perguntou Harry como se nada tivesse acontecido. Eu me obriguei a desviar os olhos da porta pela qual a menina havia saído e o examinei. O que  passara pela cabeça dela para ir para a cama com alguém que tinha deixado bem claro que não haveria nada além de sexo? Tudo bem, ele tinha um corpo de causar inveja a modelos... E aqueles seus olhos eram capazes de levar uma garota a fazer loucuras. Mas ainda assim. Era muito cruel.
– Você faz isso sempre? – perguntei antes de conseguir me conter.
Harry levantou a sobrancelha.
– O quê? Perguntar às pessoas se elas dormiram bem?
Ele sabia o que eu estava perguntando. Estava desconversando. Não era da minha conta. Para ele me deixar ficar ali, eu precisava ficar na minha. Abrir a boca para repreendê-lo não era uma boa ideia.
– Transar com garotas e depois jogá-las fora feito lixo? – retruquei.
Fechei a boca, horrorizada com as palavras que acabara de ouvir ecoar na minha mente. O que eu estava fazendo? Tentando ser posta na rua?
Harry pousou a xícara na mesa ao seu lado e se sentou. Recostou-se e esticou as pernas compridas.
Então tornou a me encarar.
– E você, sempre mete o nariz onde não é chamada? – rebateu.
Eu queria ficar brava com ele. Queria, mas não consegui. Ele tinha razão. Quem era eu para julgar ele?
Nem conhecia aquele cara.
– Não, em geral, não. Desculpe – falei e entrei depressa.
Não queria dar a ele uma chance de me expulsar também. Eu precisava daquela cama debaixo da escada por pelo menos duas semanas.
Comecei a recolher os copos vazios e as garrafas de cerveja. Aquela casa precisava de uma faxina e eu podia fazer isso antes de sair para procurar emprego. Só torci para ele não dar festas como aquela todas as noites. Mas, se desse, eu não iria reclamar... E quem sabe? Depois de algumas noites talvez conseguisse dormir com qualquer barulho.
– Não precisa fazer isso. Becca vem amanhã.
Joguei as garrafas que tinha recolhido na lixeira e olhei para ele. Rush estava outra vez em pé no vão da porta, olhando para mim.
– Só pensei que poderia ajudar.
Harry deu um sorriso torto.
– Eu já tenho empregada. Não estou procurando outra, se é isso que está pensando.
Fiz que não com a cabeça.
– Não, eu sei. Só estava tentando ser prestativa. Você me deixou dormir na sua casa ontem.
Harry se aproximou e ficou parado em frente à bancada, com os braços cruzados na frente do peito.
– Sobre isso… a gente precisa conversar.
Ai, droga. Lá vem. Uma noite era tudo que eu iria conseguir.
– Está bem – respondi.
Harry franziu o cenho para mim e senti o ritmo da minha pulsação se acelerar. Ele não tinha notícias boas para me dar.
– Eu não gosto do seu pai. Ele é um aproveitador. Minha mãe sempre tende a arrumar homens assim. É um talento dela. Mas eu acho que você já sabe isso sobre ele. Então estou curioso: por que você veio pedir a ajuda dele se sabia como ele era?

Minha vontade era responder que não era da conta dele. Só que o fato de eu precisar da sua ajuda fazia com que fosse. Eu não podia esperar que ele me deixasse dormir na sua casa sem saber de nada.
Ele merecia saber por que estava me ajudando. Eu não queria que ele pensasse que eu também era uma aproveitadora.

– Minha mãe acabou de morrer. De câncer. Três anos de tratamento custam caro. A única coisa que tínhamos era a casa que a minha avó nos deixou. Tive que vender a casa e todo o resto para pagar as contas de hospital da minha mãe. Não vejo o meu pai desde que ele nos abandonou, cinco anos atrás. Mas ele agora é o meu único parente. Não tenho mais ninguém a quem pedir ajuda.
Preciso de um lugar para ficar até conseguir um emprego e receber alguns salários. Aí vou arrumar a minha própria casa. Minha intenção nunca foi passar muito tempo aqui. Sabia que o meu pai não iria querer que eu ficasse. – Soltei uma gargalhada dura e insincera. – Mas jamais imaginei que ele fosse fugir antes de eu chegar.

O olhar firme de Harry continuava grudado em mim. Aquelas eram informações que eu preferiria que ninguém soubesse. Costumava conversar com James sobre como o abandono do meu pai me
fizera sofrer. A perda da minha irmã e do meu pai tinham sido difíceis para mim e para minha mãe.
Aí James precisou de mais e eu não pude ser quem ele precisava que eu fosse. Tinha que cuidar da minha mãe doente. Havia deixado James livre para sair com outras meninas e se divertir. Eu era só um peso para ele. Nossa amizade permaneceu intacta, mas eu percebi que o menino que um dia pensara amar tinha sido apenas uma emoção infantil.
– Sinto muito pela sua mãe – disse Harry, por fim. – Deve ser duro. Você disse que ela passou três anos doentes. Desde que você tinha 16?

Respondi que sim, sem saber muito bem o que mais dizer. Não queria a pena dele. Só queria um lugar para dormir.
– Você está planejando arrumar um emprego e uma casa para morar.
Não era uma pergunta, ele estava só repassando o que eu acabara de dizer. Por isso não respondi nada.
– O quarto debaixo da escada é seu por um mês. Nesse tempo você precisa arrumar um emprego e juntar dinheiro suficiente para alugar um apartamento. Destin não fica muito longe daqui e o custo de vida lá é mais acessível. Se os nossos pais voltarem antes disso, imagino que seu pai poderá ajudar você.

Soltei um suspiro de alívio e engoli o bolo que bloqueava minha garganta.
– Obrigada.
Harry olhou na direção da despensa que conduzia ao quarto em que eu estava dormindo. Em seguida, tornou a olhar para mim.
– Tenho umas coisas para fazer. Boa sorte na caça ao emprego.
Afastou-se da bancada e foi embora.

 
  
Hi estou aqui de novo ;D

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