sábado, 1 de março de 2014

Imagine Hot com Harry Styles Parte 6


As horas passaram arrastadas, parecia que o dia nunca teria fim. Minha mãe conversava comigo a fim de saber mais sobre a minha vida pessoal, mas eu media o tanto de coisas que deixaria ela saber. Era pro bem dela e pro meu também. Meu pai morava em outro estado, e eu não falava com muita frequência com ele, era complicado, e se nem minha mãe eu deixara saber do ocorrido, muito menos meu pai ficaria sabendo.
As noites começaram a ficar mais calmas. Harry não me atormentava mais nos meus pesadelos, pelo menos nesse espaço ele havia me deixado em paz, agora só faltava me deixar em paz por completo.
No dia seguinte ele não compareceu a escola. Fiquei aliviada por um lado e atordoada por outro, pelo mesmo lado que gostaria de ver ele por perto.
Dois dias se passaram, e junto com Harry, Emily também faltava. Ou era uma estranha coincidência, ou Harry havia se esquecido de mim e partira para outra. Para Emily no caso. E por mais que seja estranho isso não me agradou.
Quarta-feira cheguei na escola, e ele estava lá novamente. Meu coração se sobressaltou e eu fiquei nervosa. Ele nem olhou na minha cara, simplesmente passou reto. E para minha surpresa, lá estava ela, Emily, linda e maravilhosa como sempre. Os dois com certeza passaram esses dois últimos dias juntos.
Minha amiga não desgrudava de mim nem por um segundo, eu queria ter a oportunidade de checar com Harry se ele de fato havia me esquecido, para então eu poder seguir em frente, em paz de uma vez por todas. Mas também não era possível se aproximar dele sabendo que Emily não desgrudaria dele nem por um minuto. Aquela relação estava começando a me irritar.
Final da aula. Eu estava caminhando de volta para a minha casa, sozinha já que agora era rotina minha amiga cuidar dos filhos da vizinha dela.
Não nego que fiquei pensando em tudo que já tinha acontecido. O estupro, aquilo que me causou vários problemas além da frustração. Ter que tomar remédios escondida da minha mãe para prevenir uma gravidez já que Harry havia abusado sexualmente de mim sem pelo menos se preocupar com a própria segurança. Pelo menos uma gravidez eu havia prevenido, por mais que esse fosse o último dos problemas.
A rua até minha casa era deserta, como todos os dias da semana, as pessoas não caminhavam muito, estavam sempre de carro, ou seja lá qual meio de transporte elas preferissem.
Me encolhi diante do frio que estava percorrendo meu corpo e continuei caminhando. Dessa vez não havia carros, mas logo adiante, bem na minha frente, já começava a se mostrar uma silhueta. Meu coração pulou ao suspeitar que aquela pessoa vindo em minha direção pudesse ser Harry. Mas não era, era… Emily.
Ela me cumprimentou com um aceno de cabeça, sem nenhuma palavra, e eu também não fazia muita questão de que ela falasse comigo. E a surpresa veio depois. Sim, Harry também estava ali, um pouco mais atrás dela, caminhando lentamente em minha direção. Parei no caminho e fiquei observando enquanto ele se aproximava.
Ele foi chegando mais perto e mais perto de mim, até que ficamos cara a cara.
- (S/N)… – ele mesmo se interrompeu. Fiquei analisando a expressão do rosto dele, que parecia estar inseguro com alguma coisa.
Eu queria perguntar algo em relação a ele e Emily, mas me faltou coragem.
- Está indo para o lado errado. – falei sabendo que a casa dele era para o outro lado, bem depois da minha.
- Não falei que estava indo para a minha casa. – ele respondeu secamente.
- Ah claro! Deve estar indo atrás da Emily, já que ela faz mais o seu tipo…
- Isso não te interessa. – ele me interrompeu.
- Já imaginava que você ia agir como um idiota. – pausei. – Mas obrigada por me deixar em paz. – então continuei caminhando, mas ele agarrou meu braço, sem força alguma dessa vez.
- Não disse que te deixei em paz… Eu não desisto daquilo que eu quero.
- Me solta! – falei rapidamente.
Ele me soltou.
- Ta com ciúmes? – ele perguntou com um sorriso sínico nos lábios.
- Era só o que me faltava. Eu tenho é pena dela…
- Mate ela então. – ele disse com um tom sério.
- O que? – arregalei os olhos.
- Eu mataria quem se atrevesse a tocar em você. – ele disse ainda mais sério.
- Você é um maníaco isso sim. – falei e voltei a caminhar.
- O maníaco que você criou! – ele disse em tom mais alto para que eu escutasse bem.
Fingi não ligar e continuei caminhando. Ele estava pior do que eu pensava. Louco era pouco para descrever a personalidade de Harry. Ele era obsessivo, não sei por que motivo e muito menos por que essa obsessão por mim.
Cheguei em casa e minha mãe estava sentada no sofá da sala, apenas me esperando.
- Filha, você não sabe quem teve aqui em casa… – ela disse se interrompendo.
- Quem mãe? – perguntei fingindo interesse.
- O Harry. – ela disse sorrindo. – Ele ta tão crescido, e tão bonito…
- Da onde você o conhece? – perguntei a interrompendo.
- Oras, você não se lembra do Harry filha?
- Não, eu não conhecia ele até saber que ele se mudou para a minha escola.
- Talvez porque você era muito pequena naquela época.
- Que época mãe? – perguntei mais curiosa ainda.
- Filha, você e Harry eram grudados um no outro… Estudavam na mesma escola, e ele sempre foi apaixonado por você. Ele dizia o tempo todo que queria cuidar de você e se casar com você, era engraçado a forma como ele te idolatrava, mesmo sendo uma criança, ele queria ficar o tempo todo com você…
Aquilo tudo me atingiu em cheio, provocando uma sensação estranha em mim, eu não me lembrava de nada disso, não me lembrava de Harry e nem da escola… Por isso ele havia me levado para aquela escola. Era uma creche na verdade, e estudamos lá quando pequenos, mas se ele tinha tanta admiração assim por mim, por que fez o que fez?
- E o que aconteceu depois? – perguntei tentando me lembrar de qualquer coisa, por mais que fosse um mínimo detalhe.
- Ah filha, você nunca correspondeu ele. Você era uma criança fria, sempre esnobava ele, e Harry era todo carinhoso. Um dia ele tentou te dar um abraço, mas… – ela se calou.
- Mas o que mãe? – perguntei assustada.
- Não foi proposital, você acabou empurrando ele de cima da casinha das crianças que tinha creche… Ele caiu lá de cima e acabou machucando o braço. Ele chegou a ir pro hospital, mas não foi nada grave, então eles se mudaram de cidade por um tempo e voltaram depois, não demorou muito. Mas nada foi a mesma coisa. Vocês nunca mais se falaram desde então.
Agora o meu estado nervoso estava realmente alterado. Eu tinha consciência de que eu era uma criança, não sabia o que estava fazendo, mas Harry também não tinha motivos para fazer o que fez comigo. Por mais que tivesse magoado, aquilo explicava os atos dele, mas não justificava. E eu nunca o perdoaria. Talvez eu devesse falar com ele, me desculpar pelos meus erros e fazer com que ele entendesse que aquilo era passado. Mesmo não tendo certeza se ele entenderia, pois minutos antes ele havia dito que eu criei o maníaco que existia dentro dele, por causa de uma desilusão “amorosa” infantil. Precisávamos esclarecer os fatos o quanto antes, e nos livrarmos dessas lembranças ruins, antes que algo pior acontecesse.

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