segunda-feira, 14 de julho de 2014

●☆Obsession-Chapter Three☆●



Capitulo anterior :

– Ah, ela é sua, sim. Considerando que o papai dela fugiu para passar
as próximas semanas em Londres com a sua mamãe... Eu diria que agora ela
é sua, sim. Eu bem que ofereceria a ela um quarto na minha casa se você
preferisse. Quer dizer, se ela prometer deixar a arma na picape.




Harry estreitou os olhos e me estudou com atenção. Os olhos dele tinham
uma cor esquisita. Surpreendente e incomum. Não eram verdes nem
azuis. Eram de uma cor quente, com um pouco de prateado. Eu nunca tinha visto nada como aquilo. Seriam lentes de contato?
– Nem por isso ela é minha – respondeu ele por fim, recostando-se
no sofá.

Liam pigarreou.
– Está de brincadeira, não está?
 
Harry não respondeu. Em vez disso, tomou um grande gole da garrafa long neck que tinha nas mãos. Seus olhos agora estavam cravados em Liam
e pude ver o alerta na sua expressão. Ele iria me pedir para ir embora a
qualquer momento. Aquilo não era nada bom. Eu tinha apenas 20 dólares
na bolsa e estava quase sem gasolina. Já tinha vendido tudo de valor que
possuía. Ao ligar para o meu pai, explicara que só precisava de um lugar
para ficar até arrumar um emprego e ganhar dinheiro suficiente para encontrar onde morar. Ele concordara na hora e me dera o seu endereço,dizendo que adoraria que eu ficasse na sua casa.
 
Harry prestava atenção em mim outra vez. Estava esperando que eu fizesse alguma coisa. O que queria que eu dissesse? Um leve sorriso de ironia
moveu os seus lábios e ele piscou para mim.
– Estou com a casa cheia de convidados hoje. E a minha cama já
está lotada. – Ele desviou os olhos para Liam. – Acho que é melhor
ela procurar um hotel até eu conseguir falar com o papai dela.


A repulsa na sua língua ao pronunciar a palavra “papai” não passara despercebida. Ele não gostava do meu pai. Na realidade, eu não podia culpá-lo. Afinal, aquilo não era problema dele. Quem me mandara até ali fora o
meu pai. Eu tinha gastado quase todo o meu dinheiro em gasolina e comida durante o trajeto. Por que fui confiar naquele homem?
Estendi a mão e peguei a alça da mala que Liam ainda segurava.
 
– Ele tem razão. É melhor eu ir embora. Foi uma péssima ideia – falei,
sem olhar para Liam. 
 
 
Puxei a mala com força e ele a soltou com alguma relutância. Conforme
caía a ficha de que eu estava prestes a ficar sem casa, senti lágrimas arderem
nos meus olhos. Não consegui olhar para nenhum dos dois.
Mantendo os olhos baixos, virei-me e me dirigi para a porta. Ouvi Liam
batendo boca com Harry, mas me forcei a não escutar. Não queria ouvir o que
aquele cara lindo estava dizendo sobre mim. Ele não gostava de mim. Isso tinha ficado claro. Meu pai não parecia ser um membro bem-vindo da família.
 
 
– Já vai, tão cedo? – perguntou-me uma voz meio pegajosa. 
 
Ergui os olhos e deparei com o sorriso satisfeito da menina que abrira a
porta. Ela tampouco me queria ali. Será que eu era tão repulsiva assim para aquelas pessoas? Tornei a olhar para o chão e abri a porta. 
Era orgulhosa demais para deixar aquela vaca mesquinha me ver chorar.
 
 
Quando estava segura do lado de fora, deixei escapar um soluço e andei
até a minha picape. Se não estivesse carregando a mala, teria corrido. Precisava da segurança da picape. Meu lugar não era ali, naquela casa ridícula
com aquela gente metida. Estava com saudades de casa. Da minha mãe.
Outro soluço escapuliu. Fechei a porta da picape e a tranquei.
 
 
 
 

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